Candidato a prefeito pelo PSTU
Obrigado a todos que
votaram na “Contagem para os Trabalhadores”
Em primeiro lugar, quero agradecer
todos aqueles que dedicaram seus votos a minha
candidatura. Tenho muito orgulho por ter feito uma
campanha limpa, sem compra de votos, sem o dinheiro das
grandes empresas e bancos e sem militância paga. Nossa
campanha foi feita pelos militantes do partido e pelos
nossos apoiadores, foi feita por pessoas como eu e você,
que sempre estiveram nas lutas e dividem seu tempo entre
fazer política e trabalhar. Infelizmente, a Rede
Bandeirantes me excluiu do debate, assim como o jornal “O
Tempo” me excluiu de sua sabatina. A diferença financeira
entre as campanhas era gritante. Enquanto os outros
candidatos gastaram milhões de reais em propaganda e com
cabos eleitorais, nós gastamos menos de R$ 10 mil e toda
nossa militância foi voluntária. É o preço de não se
vender aos interesses das multinacionais e dos bancos. É o
preço de não se vender a esquemas de corrupção do tipo
“Cachoeira” ou “Mensalão”. Nós vivemos numa democracia de
fachada, onde só quem ganha são os ricos e poderosos. A
política virou negócio, e quem está à venda é o povo de
Contagem. Eu e o PSTU não nos rendemos a essa lógica, e
vamos continuar na luta por uma sociedade socialista
governada pelos próprios trabalhadores.
Em segundo lugar, quero me
posicionar em relação ao segundo turno em nosso município.
Os trabalhadores terão no próximo período, mais uma vez,
um governo que se diz “de esquerda”, mas que governa com e
para os ricos, com o discurso de governar para todos. O
candidato do PCdoB, Carlin Moura, fez uma ampla aliança
com setores conservadores do nosso município, incluindo o
ex-governador Newton Cardoso, que governou contra o povo e
respondeu por vários processos de corrupção (incluindo
dois impeachments), e que esteve ao lado do PT nos dois
mandatos de Marilia Campos. O PCdoB, para concretizar essa
aliança, abriu mão de um programa voltado para atender as
necessidades da população, incluindo aí a luta contra as
opressões. A pior parte da campanha desse partido ficou
por parte de uma agitação reacionária, feita pela
juventude do PCdoB, que para atacar seu adversário
condenou a militância pelos direitos humanos, equiparando
a mesma a “defesa dos bandidos”, fazendo o discurso
repressor do “direitos humanos para humanos direitos”.
Desonraram dessa maneira os mortos do Araguaia, a
trajetória de luta contra a ditadura, e mostraram que o
vale-tudo eleitoral está destruindo tudo de esquerda que
já teve seu partido.
O candidato do PT, Durval Ângelo,
também não é alternativa. Ele representa a continuidade de
um governo que reprimiu greves e atacou os servidores, que
fracassou por 8 anos na tentativa de atender os interesses
de nosso povo, que tem o rabo preso com a oligarquia
empresarial que sempre governou Contagem. É um candidato
que foi agraciado com R$ 60 mil da Arcellor Mittal,
empresa que matou esse ano 24 trabalhadores no mundo por
acidente de trabalho, que enfrentou, durante as eleições,
uma greve por melhores salários e condições de trabalho.
Foi financiado também pelo Banco BMG (R$ 300 mil) e pela
construtora MRV (R$ 100 mil). É o candidato das grandes
empresa e dos bancos, apesar de se dizer de um partido dos
trabalhadores.
A partir dessa análise, o PSTU, entendendo que nenhum dos
dois candidatos é alternativa, orienta seus militantes e
filiados, assim como nossos simpatizantes, a anularem o voto
nesse segundo turno.
Gostaria de falar, por último,
daquele partido que considero um aliado, o PSOL. No início
do ano procuramos os companheiros na tentativa de
conformar uma Frente de Esquerda nas eleições.
Infelizmente, eles nos informaram que debatiam a
possibilidade de apoiar o candidato do PCdoB. Em sua
convenção partidária, realizada no último dia legal,
apareceram diferenças internas e os companheiros, sem nos
avisarem, inscreveram seu próprio candidato para o pleito.
Isso impediu que se realizasse uma aliança entre os dois
partidos, e perdemos a chance de apresentar uma
candidatura mais forte para enfrentar Durval, Ademir e
Carlin.
Fecho essa carta agradecendo mais
uma vez aquelas centenas de trabalhadores que deram seu
voto de confiança no PSTU, seja votando na majoritária ou
nos candidatos a vereador de nosso partido. Independente
do resultado das eleições, nós estaremos nas lutas e nas
greves dos trabalhadores, como sempre estivemos. A luta
continua. Viva o socialismo!
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