Por que o PSTU participa e apoia a Ocupação William Rosa
Por Vanessa Portugal e
Gustavo Olimpio
“Façamos nós com nossas mãos,
Tudo que a nós nos diz respeito”
Trecho do hino “A Internacional”
Tudo que a nós nos diz respeito”
Trecho do hino “A Internacional”
Moradores da Ocupação William Rosa protestam na Avenida Severino Ballesteros |
A Ocupação William Rosa, nascida em 12 de outubro e
organizada pelo movimento Luta Popular (filiado à CSP-Conlutas), contou com o
apoio entusiasmado da militância do PSTU. Muitos dos filiados, simpatizantes e
militantes do partido estiveram à frente dos trabalhos, compõem a coordenação e
ajudam no dia a dia árduo da ocupação. Figuras reconhecidas do partido, como
Vanessa Portugal, Gustavo Olimpio e Roberto Verônica, podem ser vistos quase
diariamente entre as barracas de lona.
Quem conhece o programa e a trajetória do PSTU não se
estranha com a presença do partido na ocupação, muito menos com a dedicação de
seus militantes para que essa luta seja vitoriosa. Nosso partido sempre se posicionou
a favor da luta pela distribuição justa das terras do campo e da cidade, vendo
no ataque ao latifúndio e à especulação imobiliária parte fundamental da luta
contra o capitalismo. O PSTU sempre se engajou na defesa das ocupações e
trabalhou para que os sindicatos e entidades dos movimentos sociais colocassem
suas forças a serviço da vitória da luta pelo direito a cidade, a terra e a moradia.
O PSTU apoia os ocupantes por que acha que nenhum dos
governos resolverá esse problema apenas por boa vontade. A cidade de Contagem e
a região metropolitana de BH possuem um grande déficit habitacional. Mais de
200 mil pessoas vivem de favor, de aluguel ou sem nenhum teto para abrigar. O
programa do governo federal “Minha Casa, Minha Vida” tem se mostrado
insuficiente para resolver os problemas das famílias pobres que precisam de
casa. A reclamação mais frequente dos moradores da William Rosa é que estão há
muito tempo inscritos no programa e já não têm mais perspectiva de conseguir
uma casa esperando na fila. O governador Anastasia, que criou a Minas Gerais
dos sonhos nas propagandas oficiais, fez pouco ou quase nada para resolver esse
déficit habitacional. Sua forma de mascarar o problema tem sido atormentar a
vida da população de rua através de incursões policiais e outras medidas
higienistas. O prefeito “comunista” Carlin Moura, que acende uma vela para o PT
e outra para o PSDB, conseguiu ser pior que ambos. Foi o único governo que se
recusou por semanas a receber o movimento, tendo responsabilidade direta na
noite de terror que se sucedeu ao ato na prefeitura e trancamento da BR-040 no
dia 02 de novembro. O município de Contagem, após quase um ano de gestão do
PCdoBista, continua sem nenhuma política habitacional que não seja promover e
enriquecer grandes construtoras como a MRV.
A luta direta dos trabalhadores pelo direito a cidade e a
moradia é o único meio de conseguir reformas importantes que garantam um teto
para as famílias pobres. Infelizmente, os direitos constitucionais não são
garantidos pelo estado brasileiro e devem ser conquistados com muita luta (ou
como canta o movimento; na marra!). Nesse sentido o PSTU coloca sua militância
à serviço da vitória da Ocupação William Rosa e do movimento Luta Popular.
Exige de Dilma, Anastasia e Carlin Moura uma solução para os problemas dessas e
de muitas outras famílias que não têm onde morar. Exige o afastamento completo
da Polícia Militar da ocupação, pois movimento social não é caso de polícia.
Chegou a hora desses governos romperem com as grandes construtoras e com os
interesses escusos do CEASA (que não é o proprietário do terreno) e cumprirem
integralmente a reivindicação do movimento.
Viva a Ocupação William Rosa!
Viva o movimento Luta Popular!
Viva as famílias que decidiram tomar os destinos de suas vidas nas mãos e
conquistar suas casas através da luta!
Lutar não é crime! Abaixo a reintegração de posse e o terror policial contra as
famílias!
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