17 de junho de 2013 entra pra memória do Brasil como o dia em que a juventude parou o país. Várias cidades foram tomadas e o Congresso nacional não saiu do alvo da juventude revoltada. A rampa e o teto do Congresso foram ocupados pelos manifestantes.
Neste dia, acontecia no Mineirão, em Belo Horizonte, o jogo entre Taiti e Nigéria. E BH não ficou de fora da onda de protestos.
Às 13 horas, cerca de 12 mil manifestantes se concentraram na Praça Sete, no centro, símbolo da República que fica no cruzamento das duas principais avenidas da cidade. Às 14 horas, a marcha saiu e tomou a Avenida Antônio Carlos, que liga o centro da cidade à Pampulha, bairro que abriga o Mineirão. Durante a passeata, novos manifestantes se somavam ao protesto.
Em determinada altura do longo percurso, a passeata encontrou com o batalhão de choque da polícia militar, que bloqueou a Avenida para impedir que a marcha seguisse o percurso proposto. Após negociação, com a passeata reunindo quase 50 mil pessoas, a polícia foi obrigada a recuar e a marcha seguiu o caminho. Na negociação, a polícia afirmou que iria permitir os manifestantes de chegarem ao seu destino final.
Já nos arredores do Mineirão, em frente à Universidade Federal de Minas Gerais, a marcha encontrou novamente o choque e desta vez não houve negociação. Bombas de gás, de efeito moral e muitas balas de borracha foram disparadas sobre a multidão. Parte da marcha se dispersou, mas a juventude persistiu, enfrentou a polícia, recompôs o ato e conseguiu furar o esquema da polícia e seguir sentido ao Mineirão.
Ao chegar na Avenida Abraão Caran, que dá acesso ao Mineirão, a polícia ordenou a dispersão dos manifestantes afirmando que aquele território estava sob administração da FIFA e o acesso ao local, só era permitido com apresentação do ingresso para o jogo ou autorização da Federação. Para impedir o acesso dos manifestantes, foram horas seguidas de bombas de gás e efeito moral, muitas delas lançadas por helicópteros da polícia sobre a multidão. Uma parte foi encurralada pela polícia em cima de um Viaduto e, no tumulto, um jovem de 18 anos caiu e se encontra hospitalizado. Uma mulher também caiu de outro viaduto, nas proximidades do Mineirão, devido também ao cerco da polícia.
Dando uma demonstração impressionante de força e disposição, no final da tarde, parte da manifestação retornou ao ponto inicial, a Praça Sete, onde se concentravam outras milhares de pessoas. São cerca de 8 quilômetros de caminhada de um ponto a outro. Os protestos ainda não tiveram fim.
Protesto da educação
No início da tarde, houve protestos também dos trabalhadores em educação da rede estadual de Minas Gerais. Os manifestantes começaram a se reunir por volta da 13h próximo ao Mineirão, região da Pampulha. Foram cerca de mil pessoas que seguiram em ato até as proximidades do estádio que sediaria o jogo da Copa das Confederações.
A recepção ficou por conta da tropa de choque que impediu a aproximação até o estádio. Panfletos questionando os gastos com a Copa do Mundo e o chamado “choque de gestão”, feito pelos governos de Aécio Neves e Antônio Anastasia (PSDB), foram entregues para torcedores que chegavam para assistir ao jogo.
O governo de Minas Gerais propagandeia ter a melhor educação básica do país, mas professores dessa rede amargam salários abaixo do piso nacional e restrição a direitos básicos, como vale transporte e refeição.
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