segunda-feira, 22 de abril de 2013

Declaração sobre a Venezuela


Frente à crise política na Venezuela

DECLARAÇÃO DA LIGA INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES - QUARTA INTERNACIONAL

A crise política na Venezuela, aberta com a doença e a morte de Hugo Chávez, aprofunda-se com o resultado das primeiras eleições depois do falecimento de quem governou o país durante os últimos 14 anos. 
Houve surpresa. Quando a maioria das pesquisas dava a Nicolás Maduro (candidato do PSUV e ungido por Chávez como seu sucessor) uma vantagem entre 10 e 15 pontos, sua vitória eleitoral terminou sendo estreitíssima. Apenas 1,83 % separaram Maduro de seu rival, o direitista Henrique Capriles; uma diferença de 272.865 votos em um universo de quase 15 milhões de votos. Esta é a menor diferença na história do chavismo, inclusive o resultado de outubro passado, quando Chávez derrotou o mesmo candidato opositor por 1,5 milhão de votos.

Capriles não reconhece os resultados anunciados oficialmente e exige a recontagem dos votos, mostrando a existência de mais de 3000 denúncias de irregularidades. Em um primeiro momento, o líder opositor convocou uma manifestação em frente ao Conselho Nacional Eleitoral e, a partir daí, uma série de protestos ocorreram, alguns tão radicalizados que chegaram a atacar algumas casas e sedes do PSUV, mas também "Mercales" (mercados de baixo custo) e CDI (Centro de Diagnóstico Integral). Estas últimas são conquistas dos trabalhadores e foram defendidas desses ataques por setores populares e das comunas. Maduro reagiu proibindo a manifestação chamada por Capriles, denunciando que estava se orquestrando um "golpe" contra o qual prometeu "mão dura contra o fascismo" e reprimiu alguns protestos que questionavam a legitimidade do resultado eleitoral. Essa crise, até o momento, causou 8 mortes, mais de 61 feridos e 250 detidos.

Os resultados 

Sem dúvidas, o resultado eleitoral representa uma dura derrota política para o chavismo. Para entender isso, é necessário enquadrar os fatos em seu contexto. Em outubro de 2012, com uma participação de 80% dos eleitores, Chávez venceu as eleições por 10% de diferença, alcançando 55,07% e totalizando um total de 8.191.132 de votos. Capriles ficou com 44,31%, ou 6.591.304 de votos. Em dezembro do ano passado, vale lembrar, ocorreram também as eleições regionais e o chavismo arrasou com a oposição de direita, conquistando 20 das 23 províncias (similar aos estados, no Brasil).

Leia o artigo completo no site da LIT-QI

0 comentários:

Postar um comentário