terça-feira, 24 de setembro de 2013

Trabalhadores da E.M. Ápio Cardoso denunciam situação da escola

Frente a situação de calamidade em que se encontra a Educação Pública no município de Contagem, fruto do descaso do atual governo e seus predecessores, os funcionários da Escola Municipal Ápio Cardoso escreveram uma Carta Aberta à comunidade escolar. Nela, podemos ver a consequência da falta de efetivas políticas públicas de valorização do servidor público e da escola e da falta de investimentos que colocam em perigo o patrimônio das escolas, a segurança de professores, funcionários e estudantes e a real situação da escola pública de Contagem.

Vejam algumas das fotos tiradas na escola:


Buraco no muro da acesso à área externa
S
Buraco no muro é tapado com pedaços de madeira

Chapa de ferro é usada para tapar buraco



Reproduzimos abaixo na íntegra o texto elaborado pelos funcionários:

Carta Aberta à Comunidade Escolar

Nós, funcionários da Escola Municipal Ápio Cardoso, solicitamos a incorporação de nossas reivindicações à Prefeitura Municipal de Contagem, Secretaria Municipal de Educação e demais orgãos competentes. Fazemos isso por entender que o “problema” atual por nós enfrentado, vem comprometendo não apenas o processo de Ensino-aprendizagem e a disciplina, mas, sobretudo principalmente a segurança e a integridade física e moral dos professores, estudantes e todos os envolvidos no contexto escolar.

                O “problema” supracitado refere-se ao comprometimento na estrutura do muro, localizado atrás da escola, o que já é do conhecimento da Secretaria Municipal de Educação e Cultura – SEDUC, desde o início do ano. Como se não bastasse, nos deparamos com um agravante: algumas pessoas abriram, nesse mesmo muro, um enorme buraco, o que possibilita o acesso de quaisquer elementos no interior da escola.

                Por mais que as autoridades policiais e guardas municipais sejam acionados, quase que diariamente, trabalhamos acuados e sobre ameaça de elementos que causam todo tipo de desordem e desacatos, inclusive o aliciamento dos estudantes. É um sentimento real de impotência. A segurança a nós oferecida é insuficiente, para não dizer inexistente: objetos, restos de materiais de construção, entre outros, são lançados pelas janelas das salas de aula e palavras de baixo calão são pronunciadas a todo o momento. Os transtornos físicos e morais são imensuráveis, tanto para os que trabalham quanto para nossos estudantes. Além disso, o muro está condenado e pode desabar, ferindo estudantes e até mesmo pessoas que residem próximo à estrutura.

                Diante desse quadro desolador, ressaltamos que apenas buscamos condições adequadas para exercermos nosso trabalho, dentro do ambiente escolar, numa região carente de tantos recursos e atenção por parte do poder público.

                Faz-se assim necessária a ampliação do olhar de nossos órgãos competentes, no sentido de nos auxiliar numa solução imediata para o problema enfrentado e dos demais segmentos da sociedade, para os fatos a seguir:

·         No inicio do ano letivo de 2013 o muro de trás da escola apresentou problemas estruturais, sendo condenado após avaliação da Defesa Civil, que alertou para o perigo de vítimas em caso de desabamento.
·         No mês de março do ano corrente o portão de entrada da escola foi derrubado por estudantes do primeiro turno, a pontapés, no período de aula. O Diretor encaminhou o orçamento para conserto dos portões de entrada e saída e do muro, no valor de R$29.000,00; mas não foi atendido uma vez que, a Prefeitura Municipal de Contagem achou caro o valor orçado.
·         A Prefeitura Municipal de Contagem informou já haver disponibilizado uma empreiteira para realizar as obras necessárias, mas esta só apareceu na escola no mês de agosto, não concluindo as obras.
·         Além dos problemas estruturais enfrentamos conflitos internos com estudantes e familiares. A pedagoga da EJA foi ameaçada de morte por um estudante, pedindo remoção para outra unidade escolar.
·         No mês de junho o Diretor também foi ameaçado de morte pelo mesmo jovem, que já não mais era estudante da escola, sendo necessário encaminhá-lo detido ao DOPCARD.

                As invasões são constantes e as soluções paleativas encontradas pelos funcionários são de colocar nos “buracos” chapas de aço, tampos de mesas, grades e mesmo assim a insistência em deteriorar o patrimônio se expande. As pessoas se utilizam de marretas e outras ferramentas para forçar aberturas no muro e nos portões. Cadeados e lacres são repostos constantemente e da mesma forma destruídos.

                Frente a isso nos sentimos inseguros no cotidiano escolar.

                Gostaríamos de reiterar nosso carinho e respeito por nossa comunidade e acreditamos que a melhor forma de demonstrar esse respeito é nos empenharmos em prol de uma educação de qualidade para nossos estudantes. Porém, nossos esforços só trarão bons frutos com mínimas condições de trabalho.

                Atenciosamente,           
                Direção e Coletivo de Trabalhadores da Escola Municipal Ápio Cardoso

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