terça-feira, 20 de agosto de 2013

Nota sobre as Ocupações na Câmara de BH

* O blog do PSTU Contagem cede esse espaço para nota do PSTU Belo Horizonte frente aos ataques da grande mídia às ocupações da Câmara de Belo Horizonte.



Na semana passada as redes de televisão Record e Alterosa veicularam repetidas vezes matérias com imagem das ocupações na Câmara dos Vereadores, buscando criminalizar e banalizar o que foram esses movimentos. Aconteceram duas ocupações da câmara municipal de Belo Horizonte, uma em junho/julho e outra em agosto, mas as reportagens veiculadas misturaram as imagens das duas ocupações e as manipularam para desmerecer as ocupações e tentar reverter o apoio que tiveram da população. Há uma clara tentativa de criminalização do movimento por parte da mídia e não podemos deixar passar assim.

A ocupação da câmara municipal de Belo Horizonte foi sequência das grandes mobilizações de junho e percussora de uma série de ocupações país afora. Mais do que um potente instrumento reivindicatório, se desenvolveu ali um rico espaço de formação política e organizativa da juventude que está sedenta por mudanças. Pela auto-organização se construiu comissões de limpeza, alimentação, comunicação e segurança. A solidariedade da população foi imensa, foram muitas doações que chegaram para ajudar a manter a ocupação. Pela primeira vez, em muitos anos, o espaço da Câmara foi ocupado por dias consecutivos com profundos debates políticos sobre a cidade, o país e o mundo. O debate democrático foi de fato instalado nas assembleias que discutiam e deliberavam sobre cada tema pertinente as pautas e a ocupação. E como resultado prático os acampados conquistaram a redução em 0,15 centavos da passagem de ônibus em BH e a atenção do prefeito e do governador que se viram obrigados a negociar com os manifestantes. Isto parece pouco, mas é só o começo e representa uma mudança muito positiva na relação entre os governantes e os jovens e trabalhadores da cidade.

A força do movimento é tão grande que a imprensa em geral, e agora especificamente a Record e SBT, se uniram a serviço dos governantes e grandes empresários para tentar criminalizar as ações realizadas. Só este pode ser o objetivo das imagens veiculadas, muitas manipuladas e outras escolhidas a dedo entre tantas outras que de fato mostravam o dia a dia das ocupações.

Não nos iludamos, criminosos e imorais são governantes que cobram impostos da população trabalhadora para beneficiar empresários do transporte e empreiteiros. São os parlamentares que usam seu mandato contra o interesse da maioria da população e para seu próprio beneficio. São os grandes empresários que corrompem os políticos e se enriquecem as custas da miséria de milhões de trabalhadores.

O mérito da organização para a luta da juventude e dos trabalhadores não está somente em seu poder de mudança. Está na sua capacidade de enfrentar problemas internos que possam surgir e não em negar a existência deles. Os casos de machismo que ocorreram na ocupação foram imediatamente discutidos e foram tiradas medidas concretas contra as agressões. Houve um profundo debate sobre esse tema durante as duas ocupações, e isso a mídia não tem coragem de mostrar.

Nós, do PSTU, repudiamos a atitude dessa mídia corrupta e aliada aos governos e grandes empresários. Fazemos parte daqueles que mantêm os punhos levantados e o grito de indignação contra a criminalização dos movimentos sociais e dos lutadores. Não vamos sair das ruas até que sejam investidos mais recursos na saúde, educação, transporte público, moradia e que haja democracia nos meio de comunicação. Nossa luta é pelo fim desta sociedade injusta e pela construção de uma sociedade onde a classe trabalhadora, que representa a ampla maioria da população tenha vez e voz. Marchamos pela construção de um mundo socialista.

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