sexta-feira, 24 de maio de 2013

Cercar a Revolução Síria com solidariedade ativa

Publicado na Revista Correio Internacional

Ao entrar em seu terceiro ano, a revolução síria continua e se agrava ao máximo. O povo sírio, que empunhou as armas para se libertar da sanguinária ditadura de Bashar Al Assad, segue dando impressionantes mostras de heroísmo e sacrifício ao enfrentar um inimigo que detém superioridade militar e que demonstrou estar disposto a cometer os crimes mais atrozes e até um genocídio com o objetivo de conservar o poder.



Uma sangrenta guerra civil atravessa o país. A situação de morte e destruição é dramática e suas consequências perdurarão por décadas. Apenas como parâmetro, o Observatório Sírio de Direitos Humanos informou que a cifra de mortos desde o início do conflito armado estaria entre 94.000 e 120.000 pessoas. Nesta estimativa, que sem dúvidas é superada pela realidade, contam-se 47.387 civis, entre eles 4.788 crianças e 3.048 mulheres.

A isto se soma o drama dos que tiveram que fugir de seus lares por causa do conflito. A ONU informou que existem mais de 4 milhões de deslocados internos  e o número de pessoas que abandonou o país supera o milhão e meio. Diariamente as fronteiras sírias são cruzadas por cerca de 10 mil pessoas, das quais a metade são crianças. Nas últimas 10 semanas foram meio milhão de civis. É comum, neste penoso êxodo, que aldeias inteiras cheguem às fronteiras do Líbano, Jordânia, Turquia ou Iraque, após vários dias de caminhada e de sofrer ataques por parte do exército leal ao regime. Acolhidos por estes países, precisam sobreviver em condições infra-humanas, suportando a fome e os flagelos climáticos.

Em meio a este dantesco panorama, produto dos crimes de al Assad, desenvolve-se a revolução e a guerra civil síria, sem dúvidas a ponta de lança e a principal arena onde se define a continuidade da onda de revoluções que sacodem o Norte da África e do Oriente Médio desde o fim de 2010. Qual é o curso da situação militar e política? Quais são os problemas que a revolução enfrenta para poder triunfar? Quais são as perspectivas? Qual é a posição que os revolucionários devem adotar frente ao principal confronto da luta de classes na atualidade?

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