terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Prefeito Carlin: chegou a hora de mostrar de que lado você governa!




O Prefeito Carlin foi eleito para mudar. Milhares de contagenses, insatisfeitos com a administração petista, voltaram às costas ao candidato da continuidade e elegeram um prefeito que prometia mudança. Apesar da presença de velhos coronéis da política em sua coalisão, como Newton Cardoso, os trabalhadores da cidade confiaram no candidato do PCdoB e esperam dele uma gestão voltada para os interesses dos trabalhadores, que solucione os problemas dos serviços públicos.

Um município rico com um povo pobre

Os trabalhadores de Contagem produzem muita riqueza. Os números absolutos do ano passado ainda não foram publicados, mas a prefeitura arrecadou mais de 1 bilhão de reais, e o PIB (toda a riqueza produzida) foi superior a 20 bilhões. A maioria desse dinheiro fica na mão das grandes empresas, cujos donos sequer moram no Brasil.

Por outro lado, o trabalhador de Contagem é muito pobre. A maioria vive do próprio trabalho, muito mal pago pelas empresas, e sofre com a falta de hospitais, com a falta de médicos nas UPAs, com o saneamento básico deficiente, com o transporte público caro, ineficiente e ruim. Enquanto estes dois aspectos da vida dos trabalhadores não melhorarem (baixos salários e carência de serviços públicos) não poderemos falar em uma mudança de qualidade na vida do povo de Contagem.

Os números não mentem e sabemos que dinheiro não falta. Uma rápida mudança na qualidade dos serviços depende apenas da vontade política do prefeito, para que se apoie no povo contra os interesses conservadores das grandes empresas e dos velhos políticos de Contagem.

Os primeiros passos da prefeitura irão mostrar de que lado ela está!

Carlin Moura loteou as secretarias e cargos comissionados entre seus duvidosos aliados reproduzindo as práticas dos governos anteriores. O PCdoB argumenta que precisa de uma base ampla para governar, e que não seria possível atender as reivindicações populares sem este tipo de apoio. O PSTU não acredita nesse caminho, e pensa que o apoio de um governo de esquerda deve vir do movimento social organizado. Mas se o que o PCdoB queria era criar uma base ampla, temos que reconhecer que eles conseguiram. O prefeito governa sem nenhuma oposição na Câmara dos Vereadores. Não há nenhum empecilho a sua governabilidade. Isso significa que veremos Carlin atender aos interesses dos trabalhadores da cidade?

A resposta para esta pergunta deve ser dada agora. Já começou a campanha salarial dos servidores públicos do município. Históricas reivindicações dos trabalhadores podem ser atendidas. A prefeitura, para ganhar moral e poder exigir do empresariado um aumento geral de salários, deve antes de tudo pagar bem os seus funcionários. A pauta do SINDSAUDE, SINDSCON e SINDUTE devem ser atendidas sem demora. Os funcionários públicos, heroicos trabalhadores e trabalhadoras que dão duro para atender a população, não aceitarão enrolações de quem se diz “comunista”. A melhora das condições de trabalho e dos salários dos servidores é essencial para que possamos prestar um serviço de qualidade à população de Contagem.

A ampliação do investimento em infraestrutura na saúde e educação, assim como no saneamento básico e nas condições das ruas, também se faz necessária. A prefeitura deve aprovar um orçamento ousado, que inclua aumento de impostos para as grandes empresas (principalmente as multinacionais), e não onere em nada o povo trabalhador. Toda essa arrecadação deve ser investida nas áreas sociais, de forma a ampliar significativamente a qualidade de vida do contagense. O lema de Carlin Moura nas eleições foi “novas prioridades para Contagem”. Nós, do PSTU, achamos que essa “nova prioridade” deve ser o bem estar do povo. E não se pode começar a falar nisso sem grandes ampliações nas áreas sociais, em especial na saúde e educação.

A juventude de Contagem também quer ver suas reivindicações atendidas. O direito à educação, à cultura e ao lazer hoje está limitado pelo preço de se locomover. É impossível às camadas mais pobres da juventude de Contagem frequentar bibliotecas, cinemas, teatros e, em alguns casos, mesmo chegar todos os dias na escola. Isso porque não podem pagar pelo transporte público. As empresas de ônibus de nossa cidade refletem o que tem de pior em nossa classe dominante. Vivem às custas do povo e beneficiados por sua relação com os governantes. Ano após ano aumentam os preços das passagens, sem respeitar o limite orçamentário das famílias da cidade. Um pequeno primeiro passo que Carlin pode dar é instituir o passe-livre. Com essa medida, facilmente implementável, os patrões do transporte arcam com as despesas da juventude e dos desempregados, diminuindo assim a restrição econômica ao direito de ir e vir.

A estratégia de um governo de esquerda no transporte, não se enganem, não para por aí, é preciso reduzir o preço das passagens e construir uma empresa pública municipal de transporte, com garagens e frotas próprias, porque um serviço público deve ser feito pelo poder público, e não estar sob a ganância de interesses privados. Desde já é possível proibir a dupla função do motorista, que dispensa o trocador e coloca em risco a segurança de todos, assim como exigir condições decentes da frota e cumprimento dos horários e itinerários.

Poderíamos elencar uma série de outras reivindicações que, se Carlin quiser realmente fazer um governo de esquerda, ele já pode começar a atender. Investir na cultura popular, em bibliotecas e museus, aumentando o irrisório investimento dedicado a essa área. Reduzir imediatamente o absurdo salário do executivo, a começar por ele próprio e seus secretários, demonstrando que ninguém na equipe dele está lá por dinheiro, ou pretende ganhar mais que o resto dos moradores da cidade. Aprovar uma lei dura contra o assédio moral nas empresas, inclusive na administração pública, que impeça de vez esse mal que assola a vida dos trabalhadores. Acabar, de uma vez por todas, com toda a terceirização no serviço público que só serve para onerar os cofres da prefeitura, reduzir salários e fomentar a corrupção. E também enfrentar o poder da especulação imobiliária, que transformou Contagem numa cidade cara de se viver, e condena milhares de famílias a viver em condições precárias de habitação. A lista é enorme e precisa de vontade política para ser atendida. Precisa que o prefeito esteja mais interessado no bem estar do povo do que em agradar raposas políticas de passado duvidoso. Precisa que se governe pros trabalhadores em detrimento das grandes empresas.

A campanha eleitoral financiada por grandes empresas e a aliança com Newton Cardoso nos faz duvidar que as reivindicações do povo serão atendidas. O PSTU preferiu não apoiar Carlin e seu partido, e não compõe o governo. Desde já nos anunciamos como oposição de esquerda a essa “onda verde” que governa Contagem. Vamos manter as mãos livres. Atuando na greve dos servidores, nas lutas operárias, nas trincheiras do movimento popular e estudantil, na árdua luta das mulheres, negros e homossexuais, construindo a mobilização de todos os trabalhadores por um mundo realmente livre e socialista.

Diretório Municipal do PSTU
16 de fevereiro de 2013

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