Por uma Educação Integral de Verdade
Artigo de Gustavo Olimpio
Muito
se tem falado sobre a educação integral em Contagem e no país, mas é preciso
discutir a fundo o que é esta proposta. A educação integral é a melhor forma
para que possamos de fato oferecer uma educação escolar de qualidade e
completa. Porém, há uma deturpação na forma como os governos tratam o tema, e
isto não só em Contagem.
A
educação integral deveria ser oferecida dentro do espaço escolar ligada aos
conteúdos pedagógicos oferecidos pela escola. Isto significaria que o estudante
ficaria integralmente na escola, onde receberia almoço, lanche, teria espaço
para lazer e receber não somente a educação escolar, mas também a educação para
o trabalho.
O
governo Marilia (PT), implantou a “escola integral” e também outros projetos
como o “Mais Educação” não no contexto de oferecer uma escola verdadeiramente
integral, mas de fazer um programa eleitoreiro, com a intenção de dar uma breve
resposta à sociedade. Isto por que eles enxergam na educação apenas um programa
de governo e não uma politica educacional de verdade, que visa oferecer uma
escola de qualidade. Em Contagem é esta a lógica. E isto explica por que os
trabalhadores da Escola Integral não são de fato concursados, são contratos precários
em sua maioria e não têm nenhuma garantia de emprego, explica por que estes
trabalhadores são jogados para lá e para cá de acordo com as vontades do
governo de plantão.
O
governo do PCdoB de Carlin Moura e da secretária de educação Ana Prestes não
irá mudar esta lógica. Manterá o mesmo legado deixado pelo PT, isto é, tratar a
educação como um mero programa. Não podemos aceitar isto.
Mesmo
com toda a precarização, com todas as dificuldades, os 180 trabalhadores que
estão na Escola Integral hoje tentam nadar contra a corrente e oferecer um
serviço de qualidade para a cidade, o que é muito difícil!
Temos
que lutar para que se possa oferecer uma Escola Integral de verdade em nossa
cidade, que possa oferecer um ensino de qualidade aos 60 mil alunos
matriculados na rede municipal de Contagem. E isto significa que a escola
integral deve deixar de ser um programa e passar a ser uma politica de educação
para o município, que ela esteja colada as políticas pedagógicas de cada
escola, com profissionais concursados e oferecida dentro de cada unidade
escolar e não na forma como é oferecida hoje.
Não
podemos defender o programa da forma como está e muito menos aceitar o que
Carlin quer fazer. Temos que avançar Um governo que realmente queira
implementar uma Escola Integral de Qualidade deve começar com as seguintes
medidas:
- Fim dos contratos precários e realização de concurso
público.
- Vinculação da educação integral com o espaço
escolar e o projeto politico e pedagógico da Escola.
- 30 % dos recursos municipais para a educação
básica pública.
Enquanto não evoluirmos para uma política educacional de
verdade implementando como primeiro passo essas três medidas a educação
integral seguirá sendo apenas uma promessa da campanha dos prefeitos.
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