sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Maiores doadores eleitorais estão envolvidos em casos de corrupção

Maiores doadores eleitorais estão envolvidos em casos de corrupção

A corrupção começa no próprio financiamento das campanhas dos políticos por empreiteiras, bancos e grandes empresas



Levantamento do UOL publicado nesse 28 de julho (veja aqui) mostra a relação entre o financiamento eleitoral das grandes empresas e a corrupção. Nada menos que sete dos dez maiores doadores da campanha de 2010 estão envolvidos em casos de corrupção, segundo o site. O levantamento inclui casos que foram ou estão sendo objetos de investigação envolvendo corrupção em contratos públicos.
As sete empresas incluem cinco empreiteiras, um banco e um frigorífico que, juntos, doaram R$ 496 milhões a partidos e candidatos. São elas: Camargo Correa, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, OAS, Galvão Engenharia, o banco BMG e a JBS. Os crimes investigados incluem desvio de verba pública, superfaturamento e caixa dois, todos envolvendo contratos públicos.
A empreiteira Camargo Correa foi a que mais doou nas últimas eleições. Só para o PT foram R$ 17,5 milhões, mais R$ 10,7 milhões ao PSDB e R$ 5,7 milhões ao PMDB. A empresa foi envolvida na Operação Lava Jato, que resultou na prisão do doleiro Alberto Youssef. Segundo as investigações, o doleiro teria se associado à empreiteira no desvio de verbas na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Em 2009, diretores da empreiteira chegaram a ser presos na Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal.
Já a Andrade Gutierrez, a segunda maior doadora daquela campanha, repassou R$ 20,6 milhões ao PMDB,  R$ 16,8 milhões ao PSDB e R$ 15,7 milhões ao PT e está envolvida no superfaturamento da construção da Arena Amazônia para a Copa do Mundo. O superfaturamento seria da ordem de R$ 86 milhões. A empreiteira também está envolvida no escândalo do cartel nas licitações do Metrô de São Paulo.
Financiando a corrupção
O levantamento mostra que, para os grande bancos, empresas e empreiteiras, doação é sinônimo de corrupção. As doações milionárias para as grandes campanhas eleitorais mostram que, longe de ser um dinheiro perdido, são na verdade investimentos com retorno certo no futuro. Levantamento mostra que, para cada R$ 1 investido pelas grandes empresas nas grandes campanhas eleitorais, elas conseguem R$ 8,5 em retorno através de contratos públicos.
É por isso que as grandes empresas doam milhões para PT, PSDB, PMDB, etc. Sabem que esses partidos, independente de ser oposição ou situação no momento, garantirão seus interesses quando eleitos. Só a campanha presidencial em 2014 tem gasto previsto de quase R$ 1 bilhão. Dilma declarou previsão de gastos de R$ 298 milhões, enquanto Aécio do PSDB afirmou à Justiça que vai gastar até R$ 290 milhões. De onde virão todos esses recursos? Dessas mesmas empreiteiras envolvidas nesses casos de corrupção.
Isso significa que, uma vez eleitos, esses partidos e políticos garantem uma política econômica que atende os interesses dessas empresas e, no curto prazo, a fim de bombar ainda mais seus lucros, utilizam todos os meios ilícitos para recompensá-los pela generosidade no período eleitoral.
O PSTU, ao contrário, não aceita dinheiro de empresas, sejam empreiteiras, bancos ou prestadoras de serviços. A campanha Zé Maria Presidente e as campanhas estaduais são custeadas exclusivamente pela militância e apoiadores da campanha junto aos trabalhadores e à juventude. "Nessas eleições estamos propondo um programa dos trabalhadores para mudar de fato esse país, isso não se faz com financiamento de bancos e empreiteiras, aqui não entra um centavo de empresário, só queremos as contribuições dos trabalhadores e trabalhadoras que apoiam nossas ideias", afirma Zé Maria.
Texto publicado originalmente no site www.pstu.org.br

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