Nota do PSTU sobre a morte do cinegrafista

Acabamos de receber a triste notícia do falecimento do cinegrafista Santiago Andrade, de 49 anos, brutalmente ferido quando trabalhava na cobertura da manifestação do dia 6 de fevereiro contra o aumento da passagem no Rio de Janeiro. Deixamos aqui a nossa solidariedade e apoio aos seus familiares, colegas de trabalho e amigos. 

O exato momento em que o cinegrafista Santiago Andrade é atingido por uma explosão.

Independente das investigações e da suspeita de quem teria lançado o rojão, o fato é que só houve conflito nas ruas do centro da cidade, em plena tarde de uma quinta-feira, porque os governos insistem em não atender as vozes das ruas. Quem são os responsáveis pelo aumento sistemático do preço das tarifas? Quem são os responsáveis pelos gastos abusivos nos megaeventos enquanto transporte, saúde, educação e moradia seguem um caos? Quem são os responsáveis por colocar a polícia para reprimir as manifestações? 

A maior responsabilidade pela tragédia que atingiu a família de Santiago é do Governo de Paes, Cabral e da polícia. Os governos respondem às reivindicações do povo com repressão e truculência, transformando manifestações legítimas em verdadeiras praças de guerra. Foi assim na Central do Brasil, naquele dia, quando a polícia lançou bombas dentro da estação com milhares de pessoas no local. Foi assim nas mobilizações de 2013 quando foi estampada em todos os telejornais do Brasil e do mundo o trato da polícia com os manifestantes. É assim no Rio, em São Paulo e no Brasil todo, a exemplo do caso da jornalista da Folha de São Paulo agredida por policias na manifestação e do fotógrafo que perdeu um olho durante a cobertura dos protestos. Foi assim também no primeiro protesto deste ano em São Paulo quando o jovem manifestante Fabrício foi baleado com arma de fogo. Foi assim com as prisões arbitrárias dos lutadores e os assassinatos de nossos Amarildos e Douglas. É assim com as mortes de operários na construção dos Estádios da Copa. 

Portanto, os maiores responsáveis por essa tragédia são os governos que buscam conter o movimento a qualquer custo, ao invés de atender as demandas da população. Santiago é mais uma vítima dos governos que insistem em atender os empresários mesmo às custas do sangue do trabalhador.